No Rio Grande do Sul, cresce o número de produtores que deixam áreas arrendadas devido às dificuldades financeiras e aos impactos climáticos. De acordo com especialistas, a sequência de secas e enchentes tem comprometido seriamente a produção agrícola.
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Imagem Ilustrativa/ Reprodução |
Entre abril e maio de 2024, enchentes históricas provocaram mais de 180 mortes e causaram danos superiores a R$ 10 bilhões, afetando principalmente o setor agrícola. Segundo economistas do setor, quebras sucessivas de safra, inclusive na soja, aumentaram o endividamento e elevaram os custos de produção a níveis insustentáveis.
O abandono de terras é visível no dia a dia. De acordo com Lucas Scheffer, de Cacequi, a área cultivada caiu de 12 mil para 5 mil hectares, não por falta de demanda, mas porque produtores desistiram de plantar. Segundo Fernando Camargo, de Júlio de Castilhos, a perspectiva de continuar o cultivo nos próximos anos é incerta, diante da inviabilidade econômica.
De acordo com o advogado Albenir Querubini, professor do Instituto Brasileiro de Direito do Agronegócio, contratos de arrendamento podem ser rescindidos unilateralmente sem multa quando comprovados problemas climáticos, conforme o artigo 473 do Código Civil.
Com a proximidade do plantio da safra de verão, segundo a Aprosoja-RS, a tendência é que o número de áreas arrendadas diminua, dificultando o planejamento de uma boa safra, mesmo que o clima seja favorável. A escassez de insumos e o endividamento continuam sendo barreiras importantes para a produção agrícola no estado.
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