Ticker

6/recent/ticker-posts

Ad Code

PRODUTORES EM DOM PEDRITO (RS) DESCARTAM LEITE APÓS DIAS SEM ENERGIA ELÉTRICA

Há pelo menos 14 dias, Maximiliano Kurtiz Pinto, produtor de leite em Dom Pedrito, no Rio Grande do Sul, está sem energia elétrica em sua propriedade. No caso de Márcio Froehlich, são 9 dias. Ambos enfrentam prejuízos significativos, precisando descartar o leite ordenhado de suas vacas, pois, sem eletricidade, não há como armazená-lo adequadamente. 

Foto - Ilustrativa 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, o município produziu 8.127.000 litros de leite.

Choveu forte em Dom Pedrito desde 22 de setembro, com ventos fortes, queda de granizo e interrupção do fornecimento de energia. A concessionária responsável pelo serviço, a CEEE Grupo Equatorial, foi questionada, mas ainda não emitiu um posicionamento oficial. Nesta semana, produtores de leite organizaram uma manifestação em frente ao escritório da empresa.

José Roberto Weber, presidente do Sindicato Rural de Dom Pedrito, confirmou a gravidade da situação. “Essa Equatorial é uma vergonha. Produtores estão sendo forçados a jogar o leite fora por falta de energia, enquanto outros enfrentam problemas com as vacas por não conseguirem ordenhá-las”, relatou.

Weber acrescentou que o Sindicato Rural foi convocado para tentar resolver o impasse, mas a concessionária carece de pessoal e estrutura para manter o serviço em funcionamento adequado.

Maximiliano Kurtiz Pinto, que produz leite em Dom Pedrito há uma década, está sem energia há 14 dias, mas desde que a concessionária assumiu, sua propriedade fica entre 4 e 6 dias por mês sem luz. Ele destacou que, até agora, descartou cerca de 2.300 litros de leite devido à falta de eletricidade. Além disso, o gerador disponível não é suficientemente potente para garantir o vácuo necessário para a ordenha, gerando barulho e afetando o bem-estar animal, o que pode causar mais prejuízos.

Márcio Froehlich, que além de leite também produz queijos, está sem energia há nove dias em sua propriedade. Ele já descartou cerca de 3.500 litros de leite e enfrentou perdas significativas devido a problemas com combustível, ração, pastagem e até na produção de queijo, totalizando um prejuízo de R$ 30 mil. Somando os danos estruturais causados pela chuva, o prejuízo chega a R$ 130 mil.

Froehlich também relatou a dificuldade em obter respostas da concessionária, mencionando que “eles estão perdidos no sistema, é um colapso total. Mentem para nós e não conseguem repassar informações precisas às equipes.”

Para ambos os produtores, o impacto financeiro é enorme, mas a maior preocupação é não conseguir manter suas operações, incluindo a ordenha correta das vacas e o armazenamento adequado do leite.

REUNIÃO

Fábio Avancini Rodrigues, vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), afirma que a entidade faz parte do Conselho de Consumidores da CEEE Equatorial, e o problema é recorrente. “Nós encaminhamos demandas diretamente ao presidente da companhia, e o conselho se reúne uma vez por mês. A próxima reunião será em 8 de outubro, em Bagé.”

Rodrigues explicou que a Equatorial herdou uma estrutura sucateada, mas a CEEE tem feito investimentos para melhorar a situação, embora de forma lenta. No entanto, ele afirma que “isso não justifica, porque ao adquirirem a empresa, estavam cientes dos problemas.”

Ele acrescentou que mudanças estão sendo sentidas em algumas regiões, mas é preciso considerar também os eventos climáticos recentes.

A reunião será aberta ao público e acontecerá na próxima terça-feira, dia 8, às 14h, na sede da Associação Rural de Bagé.


Postar um comentário

0 Comentários

Ad Code