A duplicação da BR-290, entre Eldorado do Sul e Pantano Grande, segue praticamente parada e, de acordo com moradores e lideranças da região, apenas a construção de uma ponte de concreto no Arroio Tabatingal segue em atividade. A obra está no trecho de 14 quilômetros já duplicado e liberado desde o ano passado. Por causa disso, o trânsito continua desviado antes e depois da ponte.
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| Foto: divulgação/ Memória |
Nos demais segmentos da rodovia — Minas do Leão, Butiá e Arroio dos Ratos — há trechos pavimentados que ainda não foram liberados, estruturas inacabadas e áreas completamente abandonadas. Segundo relatos de motoristas que passam pelo local, o mato cresce sobre partes já prontas e a erosão se intensifica nos taludes.
O Dnit não informa detalhes oficiais sobre o andamento da ponte. De acordo com o que é possível verificar no próprio trecho, o tabuleiro já está visível, mas ainda faltam as cabeceiras, as laterais e toda a sinalização — o que empurra a entrega para 2026.
A duplicação da chamada Rodovia do Mercosul soma 115,7 quilômetros entre Eldorado do Sul e Pantano Grande. O projeto, lançado há dez anos, tornou-se motivo de indignação para moradores e autoridades por causa dos sucessivos atrasos. Viadutos que deveriam estar integrados ao fluxo da rodovia hoje servem apenas como abrigo improvisado para veículos estacionados.
Nos lotes 1 e 2, as obras continuam paralisadas: o lote 1 aguarda nova licitação, enquanto o lote 2 está em análise jurídica. No lote 4, alguns trechos foram entregues e outros seguem em andamento, com liberação somente entre 2028 e 2029.
O que já está entregue
- 14 km duplicados, com drenagem, ruas laterais e sinalização.
- Viadutos concluídos em Charqueadas e Pantano Grande.
- Melhorias no acesso a Charqueadas e na travessia urbana de Pantano Grande.
Estruturas sem uso
Pelo menos três viadutos e pontes permanecem abandonados às margens da BR-290. Segundo lideranças políticas da região, essas estruturas são consideradas “elefantes brancos”, pois não se conectam a nenhuma pista funcional.
Cancelamento de contratos
Em setembro, o Dnit comunicou o cancelamento do contrato responsável por 30 quilômetros entre Eldorado do Sul e Arroio dos Ratos. De acordo com o órgão, será necessário abrir uma nova licitação, sem prazo definido. As empresas contratadas desistiram da obra, situação agravada após as enchentes de 2024, que atingiram justamente a área mais crítica e exigem ajustes técnicos.
O governo federal também precisa negociar a saída de famílias indígenas que ocupam cerca de 300 hectares em área prevista para a duplicação.
Arroio dos Ratos e Butiá
Os 30 quilômetros seguintes, entre Arroio dos Ratos e Butiá, seguem indefinidos. Segundo estimativas técnicas, serão necessários aproximadamente R$ 800 milhões adicionais para concluir os 115 quilômetros iniciados em 2014, cujo orçamento original era de R$ 583,55 milhões e com entrega prevista para 2017. Os contratos com Toniolo Busnello, EC Brasil e Etel foram rescindidos, e o Dnit prepara novo processo licitatório.
Histórico
A duplicação foi anunciada em 2014 em ato realizado em Pantano Grande, com presença de autoridades e lideranças regionais.

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