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Avó e pais são indiciados após conclusão do inquérito sobre morte da bebê em Santa Maria

A Polícia Civil de Santa Maria concluiu, nesta sexta-feira (5), o inquérito que apurava a morte da bebê Sol Gesat Pazatto, de 1 mês e 28 dias, vítima de severos maus-tratos. A investigação, marcada pela gravidade das lesões encontradas, levou ao indiciamento dos pais e da avó paterna.

Foto: Reprodução 


De acordo com a apuração, no dia 27 de novembro, os pais, Eduarda Gesat Rodrigues, 19 anos, e Leonardo Pazzato da Rosa, 21 anos, levaram a bebê ao Pronto Atendimento do Patronato, informando que ela apresentava febre. No entanto, segundo os profissionais de saúde, o quadro que encontraram indicava agressões intensas: Sol tinha hematomas e escoriações pelo corpo, principalmente no rosto, onde os dois olhos estavam roxos. A equipe também identificou um braço fraturado.

Diante da situação, Sol foi transferida imediatamente para o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). Exames posteriores apontaram fraturas antigas nas costelas e traumatismo craniano. A bebê não resistiu e morreu ainda no mesmo dia.

A Brigada Militar foi acionada pela equipe médica e conduziu os pais à Delegacia de Polícia. Eles foram presos em flagrante por maus-tratos e permaneceram em silêncio durante o interrogatório. A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) solicitou a prisão preventiva, que foi deferida pela Justiça. Na noite de quinta-feira (4), a mãe foi encaminhada a uma unidade prisional de Guaíba, enquanto Leonardo foi levado a um hospital psiquiátrico em Porto Alegre.

A avó paterna, que residia na mesma casa — uma pequena construção de madeira — disse aos investigadores que nunca presenciou agressões nem percebeu ferimentos na neta. Já a avó materna relatou ter visto Sol apenas duas vezes desde o nascimento, pois o casal restringia o contato familiar.

Posteriormente, em depoimento no presídio, Eduarda afirmou ser vítima de violência doméstica física e psicológica. Disse que Leonardo controlava completamente os cuidados com a filha e que raramente conseguia se aproximar da bebê. Negou ter causado qualquer ferimento e declarou não saber se o companheiro agredia Sol. Questionada sobre as lesões, afirmou que ele “não tolerava perguntas”.

Embora o laudo oficial da necropsia ainda não tenha sido finalizado, o médico legista informou informalmente que Sol apresentava hemorragia craniana, além de múltiplas lesões externas.

Com base nas provas reunidas, a Polícia Civil indiciou Eduarda Gesat Rodrigues e Leonardo Pazzato da Rosa por maus-tratos seguidos de morte, crime com pena que pode chegar a 16 anos de prisão. A avó paterna também foi indiciada por negligência, considerando que vivia com o casal e, segundo a investigação, seria improvável não perceber o estado da criança.

O inquérito, conduzido pela delegada Luiza Sousa, titular da DPCA de Santa Maria, foi encaminhado ao Ministério Público para análise.

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