A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou, nesta terça-feira (9), uma operação que desmontou um esquema de falsificação de documentos utilizado para legalizar cerca de 13 mil cavalos e 800 bovinos sem procedência ao longo de 17 anos. Os animais, segundo a investigação, eram registrados de forma fraudulenta e comercializados principalmente com frigoríficos de São Gabriel, na Região da Campanha.
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Foto: divulgação |
De acordo com os policiais, o grupo forjava a origem dos rebanhos, inserindo dados falsos no sistema oficial de controle e transporte de animais. Há indícios de que parte dos animais tenha sido obtida por meio de abigeato. Além disso, exames obrigatórios para a liberação do abate eram falsificados, o que representava risco sanitário.
As apurações apontam ainda a suspeita de participação de um servidor da Inspetoria Veterinária de Arroio do Tigre, identificado como Gilson Dutra de Oliveira. Ele teria alimentado o sistema da Secretaria da Agricultura com informações falsas, permitindo que os animais fossem vendidos inicialmente em Santa Maria e depois encaminhados a frigoríficos. Oliveira não se manifestou até a última atualização da reportagem.
Segundo a delegada Graciela Chagas, responsável pelo inquérito, os suspeitos chegaram a utilizar dados de animais já mortos, que eram “revividos” digitalmente para manter saldos fictícios. Em outros casos, rebanhos inteiros eram multiplicados no sistema, garantindo a emissão de guias de transporte (GTAs) para justificar negociações ilegais.
A investigação segue em andamento, e os envolvidos poderão responder por crimes como falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema de informações, associação criminosa e crimes contra a saúde pública.
*Com Informações da Polícia Civil RS
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