FALTA DE REPOSIÇÃO DE FARDAS OBRIGA POLICIAIS GAÚCHOS A IMPROVISAREM UNIFORMES E COMPRAREM PEÇAS POR CONTA PRÓPRIA

Policiais militares do Rio Grande do Sul enfrentam dificuldades diárias por conta da ausência de reposição de fardas há quase dois anos. Desde julho de 2023, os agentes não recebem novos uniformes fornecidos pelo Estado. Na ocasião, foram distribuídas apenas uma calça e duas gandolas por policial, o que tem se mostrado insuficiente diante da rotina exigente da profissão.

Foto: Reprodução/ Ilustrativa/ Memória 

Sem alternativas, muitos profissionais da segurança pública têm improvisado reparos com costuras em peças danificadas e até adquirido roupas do próprio bolso para manter a apresentação no trabalho. A situação foi denunciada por Maico Primaz Volz, presidente da Associação Beneficente Antonio Mendes Filho dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do RS (Abamf), que acompanha de perto a realidade enfrentada pela categoria.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul confirmou que a última licitação para aquisição de novos uniformes foi concluída apenas em dezembro de 2024. Segundo o órgão, os primeiros lotes devem ser entregues entre os meses de junho e agosto de 2025. Até lá, os policiais continuam atuando com os uniformes desgastados pelo tempo e pela atividade operacional.

A Abamf destaca que a situação ultrapassa questões estéticas e afeta diretamente o conforto, a imagem institucional e até a segurança dos policiais militares. A entidade afirma que a ausência de uma política regular de reposição de fardamento compromete a dignidade dos servidores e evidencia a negligência do poder público com as condições mínimas de trabalho dos agentes de segurança.

A demanda por uniformes adequados é considerada urgente pelas associações que representam os profissionais da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros. Enquanto o novo material não chega, os policiais seguem enfrentando o desgaste das fardas, adaptando o que podem e arcando com custos que deveriam ser cobertos pela administração estadual.

OUTRO LADO 

O secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, afirmou que uma licitação foi aberta em abril de 2024 para contratar uma nova fornecedora de fardamentos. O processo foi concluído em dezembro com a assinatura de contrato e emissão da ordem de início da produção.

Segundo Caron, a demora ocorreu devido à desclassificação de empresas que não atenderam às especificações técnicas exigidas para a confecção dos uniformes. A previsão é que os novos conjuntos comecem a ser entregues entre junho e setembro de 2025.

Em nota divulgada no final da tarde, o Palácio Piratini informou que foram investidos R$ 16,67 milhões em fardamentos para a Brigada Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar e Instituto-Geral de Perícias. A licitação permite a aquisição de até 10 mil conjuntos, sendo 6 mil com entrega prevista para junho e os demais 4 mil para setembro.

Além dos fardamentos, o governo também planeja adquirir equipamentos de proteção individual, aparelhos tecnológicos e veículos.

* A partir das informações de GZH