Após dois séculos de tradição, o emblemático fogo de chão da Fazenda Boqueirão, localizada em São Sepé, na região central do Rio Grande do Sul, foi extinto no mês passado. A proprietária, Cláudia Pires Portela, explicou que a decisão foi motivada pela escassez de lenha seca nas proximidades da mata, tornando inviável a manutenção contínua da chama.
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📷 Cláudia Pires Portela/ divulgação |
"Não há mais lenha seca próxima ao mato. Seria humanamente impossível abrir uma picada no mato para derrubar árvore nativa. A chama apagou, mas continua o galpão e uma tora, para mostrar como era o fogo", afirmou Cláudia.
O "fogo eterno" da Fazenda Boqueirão ganhou destaque nacional em 2016, quando uma centelha foi utilizada para acender a Tocha Olímpica durante os Jogos do Rio de Janeiro. A chama, mantida acesa por gerações, era frequentemente confundida com a Chama Crioula, símbolo das celebrações da Semana Farroupilha no estado.
A extinção ocorreu em 8 de janeiro, coincidindo com o aniversário de 60 anos de Cláudia. Embora a chama tenha se apagado, o galpão histórico e uma tora permanecem no local, servindo como testemunhos da rica tradição gaúcha que perdurou por 200 anos.
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