Pelo menos 800 toneladas de carne imprópria para consumo humano, que ficaram submersas durante as enchentes no Rio Grande do Sul no ano passado, foram revendidas para açougues e mercados de diversas regiões do Brasil. A fraude foi descoberta por meio de uma investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, conduzida pela Delegacia do Consumidor (Decon), e envolveu uma distribuidora localizada em Três Rios, no estado fluminense.
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- Foto: reprodução |
A carga foi adquirida por essa empresa com a justificativa de que seria destinada à produção de ração animal, mas a investigação revelou que o produto estava sendo comercializado como carne própria para consumo humano. Entre os itens revendidos estavam carne bovina, frango e cortes de suínos deteriorados. A fraude gerou um lucro exorbitante, com uma margem de ganho de até 6.150%, conforme as apurações da polícia.
Segundo os investigadores, a empresa de Três Rios pagou apenas R$ 0,90 por quilo de carne a um frigorífico localizado em Canoas, no Rio Grande do Sul, totalizando menos de R$ 80 mil por toda a carga. Para que a carne fosse comercializada, os fraudadores alteraram os produtos, apagando as marcas originais e tentando mascarar os sinais de deterioração causados pelo contato com a água das enchentes.
A polícia estima que os envolvidos possam ter faturado até R$ 5 milhões com a revenda dos produtos. Durante a operação, foram encontrados itens como picanha, que faziam parte do lote de carne imprópria. Quatro pessoas foram presas, incluindo os sócios da distribuidora e seus funcionários.
Além disso, a carga foi transportada por 32 carretas para diferentes partes do Brasil. A polícia já rastreou o destino de 17 das 800 toneladas, sendo que 15 toneladas foram enviadas para um revendedor em Minas Gerais. A investigação ainda está em andamento, e as autoridades continuam a tentar identificar todos os compradores.
A fraude foi descoberta após a revenda de carne para uma distribuidora de Betim, em Minas Gerais, que posteriormente forneceu parte da carga a um frigorífico de Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul. As investigações revelaram que o lote vendido foi considerado impróprio para o consumo humano, configurando uma rede de distribuição criminosa.
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