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FAMÍLIAS COBRAM JUSTIÇA APÓS MORTES EM AÇÕES POLICIAIS — DUAS DELAS NA REGIÃO

Três mortes ocorridas durante abordagens da Brigada Militar no Rio Grande do Sul levantam questionamentos sobre o uso da força por parte da polícia. Os casos ocorreram em São Gabriel, Santa Maria e Porto Alegre, e familiares das vítimas exigem justiça e mudanças nos protocolos de atuação dos agentes.

Foto: Reprodução Arquivo pessoal 

Em Santa Maria, Valdemar Both foi morto em uma ação do Batalhão Ambiental. A Brigada Militar afirma que ele portava um machado e teria reagido à abordagem. A versão é contestada por familiares, que alegam excesso por parte dos policiais. O caso resultou no afastamento dos envolvidos, que foram direcionados a funções administrativas. A corporação instaurou inquérito para apuração dos fatos. Moradores realizaram protesto em frente ao Batalhão Ambiental da cidade.

Em São Gabriel, Gabriel Marques Cavalheiro morreu após ser abordado por policiais militares em 2022. Ele foi algemado, colocado no porta-malas de uma viatura e encontrado morto uma semana depois. O laudo apontou sinais de espancamento e confirmou que ele já estava morto quando seu corpo foi jogado em um açude. Três policiais estão presos preventivamente, acusados de homicídio triplamente qualificado. Na Justiça Militar, os mesmos agentes foram absolvidos da acusação de ocultação de cadáver, com exceção de um deles, responsabilizado por falsidade ideológica.

Já em Porto Alegre, Vladimir Abreu de Oliveira, de 41 anos, morreu durante uma abordagem policial em maio de 2024. A denúncia aponta que ele foi torturado e morto por policiais militares, tendo o corpo lançado da Ponte do Guaíba. Os quatro acusados chegaram a ser presos, mas atualmente respondem em liberdade e aguardam julgamento.

As famílias das vítimas pedem medidas como o uso obrigatório de câmeras corporais e treinamento mais rigoroso dos policiais. Segundo o Anuário da Segurança Pública, o Rio Grande do Sul ocupa a 19ª posição no ranking nacional de mortes por intervenção policial, com taxa de 1,4 mortes por 100 mil habitantes. O número cresceu 40,6% entre 2022 e 2023. Atualmente, apenas policiais de Porto Alegre utilizam câmeras corporais — são 910 no total. A Secretaria da Segurança Pública planeja a expansão do uso para o interior do estado.



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