Com a intensificação do frio no Sul do Brasil, o número de acidentes envolvendo lareiras ecológicas tem aumentado significativamente. De janeiro a julho de 2025, o Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul atendeu a 112 ocorrências relacionadas a esses equipamentos — um aumento de 25,8% em relação ao mesmo período de 2024, que registrou 89 chamados. Os casos envolvem principalmente queimaduras, incêndios e intoxicações.
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Foto: Ilustrativa |
Essas lareiras, populares por dispensarem chaminés e prometerem uma combustão “limpa”, são frequentemente utilizadas em apartamentos e casas sem estrutura para sistemas tradicionais. O combustível recomendado é o etanol específico para esse fim. No entanto, muitos usuários utilizam álcool combustível de postos, que contém aditivos tóxicos como o metanol, aumentando os riscos de intoxicação e acidentes graves.
Especialistas alertam para os cuidados necessários. Entre as recomendações estão:
- nunca reabastecer o aparelho quente ou aceso;
- evitar o uso de álcool inadequado;
- manter o ambiente ventilado;
- posicionar a lareira longe de materiais inflamáveis;
- e supervisionar o fogo constantemente, especialmente se houver crianças ou animais no local.
O primeiro-tenente Vagner Silveira, da Academia de Bombeiros Militares do RS, ressalta que os vapores do álcool são altamente inflamáveis, e o uso incorreto pode resultar em queimaduras severas ou incêndios.
Casos recentes ilustram os perigos. O ex-jogador Lúcio sofreu queimaduras em 20% do corpo após uma explosão causada por uma lareira ecológica em sua casa no Distrito Federal. Em outro episódio, a cantora Britney Spears revelou ter perdido cílios e sobrancelhas ao tentar acender uma lareira no quarto.
Outro risco associado é a intoxicação por monóxido de carbono, gás incolor e tóxico que pode ser liberado em locais mal ventilados. O major Fábio Contreiras, do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, recomenda a instalação de detectores de CO, equipamento já comum em países europeus e nos EUA, mas ainda raro no Brasil.
Em caso de incêndio, nunca se deve usar água para apagar o fogo gerado por álcool. O indicado é o uso de extintores Classe B ou abafadores apropriados.
Em Santa Catarina, os registros se mantiveram estáveis no mesmo período, com 10 ocorrências entre maio e junho tanto em 2024 quanto em 2025. Ainda assim, a orientação das autoridades é unânime: atenção redobrada ao manusear esses aparelhos.
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