Passados os 100 dias da nova administração municipal, o governo de Marcelo Spode começa a apresentar seus primeiros sinais de atuação em Caçapava do Sul. O balanço inicial revela avanços significativos na área da saúde, com reorganização de serviços, aumento nos atendimentos e melhor distribuição de medicamentos. No entanto, o setor de infraestrutura, especialmente no interior e nas áreas periféricas, segue como o grande desafio da gestão.
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Foto: memória |
Na saúde, um dos pontos que mais preocupava a população, a administração conseguiu dar respostas ágeis. Houve mutirões para reduzir filas de espera, especialmente em exames e consultas oftalmológicas. A Farmácia Municipal passou a contar com estoques mais regulares, e os atendimentos nas unidades básicas foram reestruturados com foco em agilidade e acolhimento. A ampliação da cobertura médica nos bairros e localidades do interior também foi destacada pela Secretaria de Saúde como prioridade cumprida nesse primeiro trimestre.
Por outro lado, a realidade das estradas rurais e dos acessos urbanos nas regiões mais afastadas do centro continua crítica. Com a chegada do período de chuvas, comunidades como Santa Rita, Promorar, Vila Henriques e partes do Bairro Pazinato enfrentam problemas de deslocamento, com ruas intransitáveis e ausência de manutenção adequada.
Segundo membros da própria administração, a precariedade da infraestrutura está diretamente ligada à situação do parque de máquinas da cidade. A nova gestão herdou um cenário considerado de "terra arrasada": máquinas quebradas, equipamentos obsoletos e falta de manutenção acumulada por anos. Isso tem limitado drasticamente a resposta da Secretaria de Obras, que opera com equipes reduzidas e equipamentos improvisados.
Apesar das limitações, o governo afirma estar empenhado em reverter esse quadro. Já houve tentativas de articulação com o Estado e a União para obtenção de recursos, além de estudos para aluguel temporário de máquinas enquanto se busca a recuperação definitiva da frota municipal.
Outras áreas como assistência social, educação e agricultura também registram movimentos iniciais. Projetos voltados à agricultura familiar começaram a ser desenhados, e há expectativa de investimentos importantes nos próximos meses, como o programa Terra Forte. No campo social, ações de acolhimento e fortalecimento de vínculos têm sido retomadas com apoio de entidades locais.
Passados os 100 dias, Marcelo Spode chega ao fim do primeiro trimestre de mandato com saldo moderadamente positivo. Se por um lado conseguiu reorganizar serviços essenciais como a saúde, por outro, ainda precisa enfrentar os efeitos práticos da precariedade estrutural herdada. A cobrança da população já é crescente — e os próximos 100 dias devem ser decisivos para mostrar capacidade de reação, especialmente nos bairros e localidades mais esquecidos pela máquina pública.
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