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ATAQUES DE CÃES JÁ GERAM PREJUÍZO DE MEIO MILHÃO DE REAIS A CRIADORES DE OVINOS NO RS

Casos de ataques de cães a rebanhos de ovelhas têm se tornado recorrentes no interior do Rio Grande do Sul, gerando prejuízos expressivos e levando produtores a abandonarem a atividade. Em Cambará do Sul, um dos flagrantes mais recentes mostra uma cadela que pariu no mato e, junto com seus filhotes já crescidos, atacou propriedades vizinhas. “Ela matou 16 ovelhas de um vizinho”, relatou o produtor Alex, que afirma que muitos criadores deixaram de manter rebanhos por conta dos prejuízos.

Foto: Arquivo pessoal/ Reprodução 


Em Canguçu, na localidade de Rincão dos Marques, um ataque ocorrido em 19 de junho resultou na morte de 15 ovelhas — sete delas prenhes. O proprietário, Eduardo Storniolo, registrou o caso na polícia e calcula uma perda de R$ 7,5 mil. “Já identificamos o dono do cão e pretendo entrar com ação judicial para ressarcimento. Espero que haja responsabilização”, afirma Eduardo, que também é advogado.

Produtores relatam que muitos dos cães atacando rebanhos são oriundos de caçadas — abandonados ou perdidos por seus donos, acabam se reproduzindo e circulando livremente pelo meio rural.

Em São Martinho da Serra, o produtor João Augusto Nascimento, que preside o Sindicato Rural local, estima perdas de R$ 500 mil nos últimos três anos. Só em 2025, já contabilizou 33 ovinos mortos. “São animais registrados, de genética, e nunca tínhamos enfrentado isso em mais de 30 anos de trabalho”, lamenta.

A situação se repete nos Campos de Cima da Serra. Em Cambará do Sul, o produtor Roberto Trindade soma mais de R$ 40 mil de prejuízo desde o ano passado, quando mais de 40 ovelhas foram mortas. “Semana passada foram mais duas. A cidade está cheia de cães soltos”, relata.

O cenário tem levado criadores a desistirem da atividade. A Associação de Ovinocultores do RS afirma que já comunicou o problema a autoridades locais e estaduais. Um produtor da Fronteira Oeste, que preferiu não se identificar, perdeu 30 ovelhas em apenas uma semana. “O problema é a falta de controle. Tem fazendas onde os donos têm dezenas de cães de raças como pitbull, labrador e pastor alemão, que não servem para o manejo do campo, mas perseguem e matam”, desabafa.

A Delegacia de Repressão aos Crimes Rurais (Decrab) orienta que os produtores registrem boletins de ocorrência. Os tutores dos animais podem responder por omissão de cautela, introdução de animais em propriedade alheia, danos e até maus-tratos, além de estarem sujeitos a indenizações.

O delegado Heleno dos Santos, diretor da divisão, ressalta que a questão vai além da esfera policial. “Há implicações jurídicas, administrativas e a necessidade de uma resposta articulada entre os órgãos de segurança e as administrações municipais e estaduais.”

A Secretaria Estadual da Agricultura informou que a responsabilidade por políticas públicas voltadas ao controle de cães é dos municípios. Já a Famurs declarou que acompanha o tema, mas que ainda não recebeu uma demanda formal dos gestores locais. “Estamos à disposição para articular soluções, mas é necessário que os prefeitos e entidades tragam a pauta formalmente à entidade”, informou a Federação.


*Com Informações do g1 RS

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