A operação "Desvio Verde", realizada pela Polícia Federal em março de 2025, resultou na destruição de 422 pés e 480 mudas de cannabis, além da apreensão de insumos utilizados na produção de óleos medicinais pela Associação Cannábica Ascamed.
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Foto: divulgação |
A ação impactou diretamente o tratamento de mais de 900 pacientes em todo o país, que dependiam desses medicamentos para condições como autismo, epilepsia, Parkinson, fibromialgia e ansiedade.
A Ascamed, fundada em 2022, produzia óleos medicinais utilizando o método RSO (Rick Simpson Oil), que preserva a concentração total dos canabinoides. Os óleos eram divididos em três linhas: alto CBD, alto THC e equilibrados, com valores variando entre R$ 90 e R$ 1.200. A associação afirma que sua atuação estava respaldada por parecer favorável do Ministério Público Federal e que buscava regulamentação judicial para o cultivo e uso medicinal da cannabis.
A diretora social da Ascamed, Júlia Silvester, relatou que os membros da associação foram tratados de forma agressiva durante a operação, com armas apontadas para os cultivadores. Ela também destacou a preocupação com a interrupção dos tratamentos, especialmente de crianças e animais que apresentavam melhora significativa com o uso dos óleos.
Em resposta à operação, a Ascamed organizou um protesto em Santa Maria, reunindo pacientes, familiares, profissionais da saúde e ativistas para discutir a importância da regulamentação do cultivo associativo da cannabis medicinal e exigir justiça para aqueles que tiveram seu tratamento interrompido.
A associação busca apoio de outras entidades para continuar atendendo os pacientes afetados e está adotando medidas legais para assegurar que seus membros sejam tratados dentro da legalidade, com base nos direitos constitucionais à saúde e à dignidade humana.
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